História da Salvação: Samuel e o modelo do bom governo

Autor: Nilson Antônio da Silva – PJ

Samuel viveu em um momento muito importante da história de Israel, entre 1040 e 971 antes de Cristo, época em que o povo passou do sistema de governo tribal para o sistema monárquico. Esta mudança trouxe conseqüências imensas, principalmente refletidas na cobrança de impostos para sustentar o poder real e, além de tudo, com o uso da religião como forma de sustentar a ideologia do Estado, o qual passa a controlar a economia e a política.

Samuel era filho de Elcana e de Ana. Em agradecimento a Deus, sua mãe o entregou aos cuidados do sacerdote Eli para que o menino permanecesse servindo no santuário de Siló. Neste santuário, Deus se revelou a Samuel e fez dele um profeta. A fama de Samuel se espalhou e, além de profeta, ele foi o último dos juízes de Israel. Nessa época, surgiram diversos conflitos com os filisteus, que passaram a invadir as terras dos israelitas e, inclusive, chegaram a tomar a Arca da Aliança. Tudo isso foi causa de constantes batalhas com aquele povo. Além do mais, os israelitas dependiam muito dos filisteus, os quais dominavam a tecnologia do ferro e da fabricação de armas e de instrumentos agrícolas.

Quando Samuel já estava em idade avançada, o povo de Israel pediu a ele que lhes desse um rei para governá-lo. A princípio relutando, Samuel concordou e escolheu Saul para ser o primeiro rei de Israel. Saul foi um homem corajoso mas, com o tempo, cometeu muitos erros e desobedeceu a Deus. Um erro grave que ele cometeu foi a usurpação de uma função própria de Samuel, quando ofereceu o sacrifício a Deus. Esta função era própria do sacerdote e não do rei. A partir daí, a autoridade de Saul começou a declinar. Então, orientado por Deus, Samuel escolheu Davi para ser o novo rei de Israel.

É interessante notar que o Livro de Samuel traz duas versões distintas do surgimento da autoridade política central: a primeira versão é contrária e hostil à monarquia, pois representa a visão mais democrática das tribos do Norte; a segunda versão é favorável à monarquia, e representa a visão da tribo de Judá, que vivia nas terras menos produtivas do sul. Analisando as duas versões, é possível concluir que a autoridade é um mal necessário e, ao mesmo tempo, um dom de Deus. Assim, o Livro de Samuel oferece uma visão muito crítica da autoridade política, ao mesmo tempo em que mostra que somente Deus é o único rei sobre o seu povo. Ou seja, a autoridade do rei humano somente tem legitimidade quando este se torna um representante de Deus, isto é, se torna aquele que serve a Deus através do serviço ao povo. Neste sentido, a boa autoridade é aquela que reúne, lidera e protege o povo, ao mesmo tempo em que o organiza e promove a vida social respeitando a justiça e o direito. Portanto, “qualquer autoridade que não obedece a Deus e não serve ao povo é ilegítima e má, pois acaba ocupando o lugar de Deus para explorar e oprimir o povo.”

Leia o Primeiro Livro de Samuel e observe com atenção como Deus instruiu seu povo a respeito da autoridade e como o povo fez suas escolhas.

Na imagem, o profeta Samuel unge o jovem Davi como o novo rei de Israel,
depois que Deus se desgosta das más ações do rei Saul

Miguel Martini: fazer política é dever do cristão

Miguel Martini é deputado federal desde o começo do ano. Antes, havia exercido durante três mandatos o cargo de deputado estadual. No último fim de semana de maio ele esteve em Samonte para fazer uma pregação durante a Festa de Pentecostes. Na ocasião, ele concedeu ao Jornal Partilhando uma entrevista exclusiva.

Atualmente estão tramitando no Congresso Nacional, em Brasília, vários projetos de lei que são contrários à moral e à doutrina cristãs. Dentre eles, um dos mais radicais é o que trata da legalização do aborto no Brasil, proposta esta defendida pelo governo federal na pessoa do ministro da saúde (José Gomes Temporão).

Quanto a estes projetos pró-aborto, o deputado federal Miguel Martini posiciona-se “radicalmente contrário”, destacando que é membro da Frente Parlamentar de Defesa da Vida. Essa frente, que reúne parlamentares católicos, evangélicos e seguidores da doutrina cardecista, tem atuado no Congresso, de acordo com o deputado, de “forma aguerrida contra os projetos abortistas”, realizando manifestações em defesa da vida e está buscando a cassação da portaria 158, a qual já permite o aborto em situações específicas.

Segundo Martini, existem hoje 17 projetos abortistas tramitando no Congresso e, em suas palavras, “assim como eram Portugal e México, o Brasil é amplamente contrário, conforme tem indicado as pesquisas, mas é preciso que os parlamentares cristãos lutem contra tais projetos, pois os abortistas vêm com sofismas e imagens chocantes.” Citou como exemplo quando em Portugal os abortistas usaram da imagem de uma mulher presa por cometer aborto na qual indagavam se era justo ela estar passando por aquela situação.

Em sua opinião, há espaço para os ensinamentos cristãos serem aplicados na política que deve estar neles fundamentada. Para Martini, chega a ser dever do cristão fazer política para combater aqueles que a fazem seguindo e aplicando instrumentos não cristãos.

Miguel Martini disse ainda que “hoje em dia existe uma estratégia de transferência do estado brasileiro para um estado laico. Como muitos cristãos preferem não se envolver nesta questão, acaba se tornando fácil para o governo ir se tornando cada vez mais laico, mais distante dos ensinamentos da Igreja.

Conheça Melhor: Dico

Fé e Política

Geraldo da Silva Dias, o Dico, já foi vereador por duas vezes e atualmente é vice-prefeito e secretário de Assistência Social em Samonte. Ele também é muito lembrado por seus trabalhos na Sociedade São Vicente de Paulo. Conheça agora um pouco mais sobre esse homem que busca unir fé e política.

– Fé e Política:
“Os cristãos, como cidadãos do mundo, têm uma missão irrenunciável nas diversas instituições do mundo social e político, para que aí se realize o Reino de Deus” CNBB 26,30

A fé não pode ser dissociada da política. Vejam que Davi foi escolhido por Deus para governar o povo de Israel. Ele foi um rei fiel e piedoso, conduzindo o seu povo na fidelidade e observância da vontade de Deus. É do rei Salomão, filho de Davi, esta bela oração: “Ó Deus de nossos pais, que criastes o Universo e o Homem formastes para governar o mundo com ordem e justiça e exercer com retidão o seu domínio, dai-me a sabedoria que junto de Vós se assenta…”

Antes de ser político, procuro ser cristão. Não ingressei na política por minha vontade, mas pela vontade e obra de Deus e devo permanecer fiel à missão que a mim confiou e exercer com retidão e transparência o meu mandato eletivo. Pela minha fé, tenho compromisso com a verdade e a justiça. Vaidades como poder, dinheiro e honrarias nunca me seduziram, porque tudo isso são coisas passageiras e não edificam o ser humano; pelo contrário, o corrompe. Todo poder, honra e glória pertencem a Deus.

A fé nos dá coragem e mais disposição para a lida diária. Trabalho 12 horas por dia, sem deixar que o estresse e o cansaço me impeçam de realizar aquilo que deve ser feito. Cada dia nos traz novos desafios e novas oportunidades de servir e promover o bem comum. Os ventos contrários nos fortalecem e os revezes nos ensinam que somos frágeis criaturas e que em tudo dependemos de Deus. Jesus mesmo disse: “Sem mim, nada podeis fazer”.

– Fato marcante como Vicentino: Uma senhora, a quem eu admiro e a quem tenho como uma santa, D. Edna Marta Batista, hoje se encontra internada no SOS Lagoa da Prata. Esta santa mulher, sozinha, contando com a Providência Divina e a ajuda da Conferência Vicentina, criou seu neto, cujos pais abandonaram logo após o nascimento e desapareceram. Na sua fragilidade física e financeira, encontrou forças sobre-humanas para cuidar dignamente daquela criança, com cuidados de mãe, até o momento em que adoeceu e foi internada no Lar Vicentino.

A Conferência que, desde o início, amparou aquela viúva e o neto, visitando quase que diariamente e socorrendo em suas necessidades, localizou a mãe do menino numa cidade próxima e ela veio buscá-lo, já com 8 anos de idade, com autorização da Justiça. Muitos fatos me comoveram na minha vida de Vicentino, e daí tiramos muitas conclusões: muitas vezes, a gravidez indesejada deixa filhos rejeitados e abandonados por pessoas desumanas, irresponsáveis na sua sexualidade. Crianças indefesas que nem sempre têm uma avó zelosa e santa como D.Edna.

– Mensagem para os jovens: Jovem, você é mais forte do que uma garrafa que contém álcool ou uma porção de droga. Você pode vencer todas as seduções e tentações do mundo, amando a Deus com todas as suas forças, com todo o seu coração, com toda a sua alma. O Salmista mostra o caminho: “Como um jovem pode conservar puro o seu caminho? Observando a Palavra de Deus” Sl 119, 9.

– O cristão e a família: A Lei Federal 11.441/07 facilita a separação de casais. Porém é sempre bom refletir nas palavras do nosso Saudoso Padre José Nunes: “O bom cristão, que ama Cristo e sua Igreja, não quer divórcio, porque sabe que com ele põe em risco a salvação de sua alma!”
– Eucaristia: O Ministério da Eucaristia foi a minha maior experiência de fé. Embora sendo indigno, recebi de Deus a graça e o privilégio de, durante mais de 10 anos, ser o portador da Santa Eucaristia aos enfermos de nossa comunidade.

Naqueles corpos doentes e fragilizados habitavam almas fervorosas e transbordantes do amor de Deus, que deixaram em mim indeléveis lembranças. Sr. José Cota, Sr. Dilermando do Carmo, Sr. Etelvino, primeiros ministros da Eucaristia em Samonte, que hoje se encontram na Pátria Celeste, nos deixaram santos ensinamentos do amor e devoção à Sagrada Eucaristia.