CNBB aprova as novas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil

“Temos novo Documento!”. Com essas palavras o secretário geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa, anunciou, às 14:45h quinta-feira, 10/04/08 , a aprovação das novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Ao anúncio, os bispos responderam com palmas de alegria.

“A aprovação das Diretrizes tem um significado de fidelidade à história da CNBB e traduz a abertura à novidade que foi a Conferência de Aparecida”, disse o presidente da Comissão de Redação do novo documento, dom Celso Antônio de Queirós.

“A novidade deste documento vem de uma atualização da preocupação da Igreja transformar-se em uma Igreja missionária. Elas dão um passo novo e grande, à luz do clima da Conferência de Aparecida, que foi voltada para a missão da Igreja como discípula e missionária”, completou. As novas Diretrizes terão duração de três anos.

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Igreja rebate discurso de Lula sobre camisinhas

A nota que segue abaixo foi divulgada ontem, sábado (10/03) pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em resposta ao discurso do presidente Lula sobre educação sexual e uso de camisinhas, feito na quarta-feira. Lula havia chamado de “hipócritas” aqueles que se opõem à política do governo de distribuir camisinhas e cartilhas sexuais a adolescentes e até a crianças.

Veja a íntegra da nota:

Nota da Comissão Vida e Família da CNBB sobre uso dos preservativos

A Igreja não concorda com a forma em que o Sr. Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva abordou, no Rio de Janeiro, o problema do uso dos preservativos.

A posição da Igreja é clara. Sempre o fui. Não mudou, nem mudará.

Não repetiremos continuamente nosso parecer a esse respeito. O modo de educar nossos adolescentes e jovens não pode ser feito com base no permissivismo, incitando-os a um comportamento desregrado.

Precisamos educá-los baseados em bons princípios consistentes.

Esta orientação cabe em primeiro lugar aos pais. O filho encontra na família a primeira e mais importante fonte de formação desses princípios e valores humanos. Quando os pais atuam assim, não estão sendo hipócritas. E a Igreja defende os direitos originários dos pais.

Não somos hipócritas. Nem o fomos. Nem o seremos. Somos coerentes.

Dom Rafael Llano Cifuentes,

Bispo de Nova Friburgo, RJ e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família

Fraternidade e Amazônia

Adaptado de texto oficial da CNBB

“Vida e missão nesse chão”. Esse é o lema da Campanha da Fraternidade de 2007. A Igreja Católica esteve presente no meio dos povos amazônicos desde o início da evangelização do Brasil e quer agora aprofundar sua presença e ação no meio deles. OSão duas as preocupações da Campanha: de um lado, fraternidade efetiva e co-responsabilidade na defesa e promoção da vida, que se manifesta de maneiras tão exuberantes e de tantos modos na Amazônia; por outro lado, fraternidade em relação à Igreja local, com todas as suas organizações e expressões, para que ela esteja em condições de assumir sua missão de anunciar o Evangelho da vida e da esperança aos povos amazônicos.

A Amazônia representa para a Igreja um conjunto de desafios novos postos à sua ação evangelizadora. As migrações levaram para essa região centenas de milhares de pessoas de todas as partes do Brasil. Santo Antônio do Monte tem muitos de seus filhos vivendo nos estados de Rondônia e no Amazonas, só para falar de dois exemplos. Surgiram novas áreas de povoamento, que necessitam de assistência religiosa às populações e de estruturas de vida eclesial. As dioceses daquela região, no passado, eram geralmente socorridas por missionários estrangeiros; hoje essas forças ficaram muito reduzidas e as igrejas da Amazônia ainda não estão em condições de enfrentar, sozinhas, a sua imensa tarefa de evangelização.

Como atender às comunidades católicas esparsas pelo vasto território? A ação intensa de grupos não-católicos está questionando seriamente a capacidade e a agilidade de nossa Igreja Católica em atender devidamente às necessidades religiosas dos seus próprios fiéis. Chegou a hora de uma grande ação solidária de toda a Igreja no Brasil para a evangelização da região amazônica. O apoio e o revigoramento da igrejas católicas localizadas na floresta tornaram-se urgentes e requerem a ajuda de voluntários e missionários das outras regiões do País, além de recursos econômicos e logísticos.

Além disso, a Amazônia é um território imenso, coberto por uma floresta espetacular, cheia de vida. Essa floresta é responsável pelo equilíbrio do clima no Brasil e em boa parte dos países da América do Sul. Se um dia a Amazônia desaparecer, todo o Brasil e provavelmente todo o mundo sofrerá muito, pois até mesmo as chuvas em Minas Gerais estarão ameaçadas. Isso sem falar na imensa diversidade de plantas e de animais, muitos dos quais podem ser fontes de substâncias que poderão ser usadas como remédios. E, mais importante do que tudo isso, é o simples fato de que a Amazônia, com seus rios gigantescos, suas matas fechadas, seus animais misteriosos, suas riquezas incalculáveis, é obra de Deus, que a criou e que, por isso, deve ser conservada.

Ao falar em Amazônia, vem imediatamente à memória a preocupante questão ambiental: devastação do verde e ameaça à riquíssima biodiversidade. Acompanhamos com apreensão a ocupação predatória das terras amazônicas, sem que seu complexo e delicado ecossistema seja respeitado. O egoísmo e a ganância na exploração das riquezas, o descuido e a imprudência ameaçam seriamente esse patrimônio natural, que não é somente dos brasileiros; a devastação da Amazônia configura-se como uma perda e uma ameaça para toda a humanidade.

Em 2002, a CNBB constituiu a Comissão Episcopal para a Amazônia com o objetivo de ajudar toda a Igreja no Brasil a voltar os olhos para a Amazônia e a tomar consciência dos grandes desafios da evangelização naquela região. A Campanha da Fraternidade de 2007 poderá ser uma ocasião privilegiada para que também todo o Brasil tome consciência mais aprofundada sobre a complexa problemática da Amazônia e se volte para lá com políticas e iniciativas eficazes.

A CF de 2007 poderá ser um grande momento para trazer a Amazônia para dentro do coração da Igreja no Brasil e de todos os brasileiros; será ocasião também para suscitar iniciativas e ações eficazes de valorização e defesa daquela vasta e ameaçada região brasileira. Antes que seja tarde demais.